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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Carta do futuro


Era um dia normal no ano de 2043. Olhando da janela tudo parecia à mesma coisa, mas visto de perto a visão era outra. Pessoas paradas em filas ordenadas em uma esteira rolante que percorriam por todas as ruas centrais da cidade. Os carros já não precisavam de motoristas e sim de passageiros. As pessoas já não eram tão sentimentais e possuíam um tipo de movimento meio mecanizado, que realmente lembrava um robô.

Mas não foram só as pessoas que mudaram, ainda havia as novas tecnologias que permitiam um grande avanço para nós. Como por exemplo,o purificador de ar, sem ele a nossa raça já estaria extinta devido o aquecimento global, também as tecnologias medicinais que salvaram muitas pessoas e fez com que tivéssemos uma expectativa de vida maior.

Mas ainda havia o medo maior, o medo de ser manipulado. Com toda essa evolução, o governo tomou “posse de nós”, pois ele é o único a ter acesso a todo tipo de informações, como que você faz, aonde você vai, onde você come, que tipo de informação você acessa em seu computador particular, tudo eles possuem. Por isso existe esse grande medo, pois a qualquer erro, você pode ser preso e então pode acontecer de um chip ser inserido acidentalmente em você.

Hoje pessoas de classe média podem ter uma vida estável, sem preocupações com a falta de dinheiro, já não existe mais fome no mundo, acharam a solução. Sem delongas, cada dia de nossas vidas é monitorado, você pode assistir em casa depois e ver quais foram os seus erros. Como aconteceu comigo hoje em meu trabalho, percebi que não estava realmente presente, que por todo dia achava alguma distração para não fazer o que eu tinha que fazer. Antes que eu me esqueça, sou jornalista e redijo textos, ou melhor, soletro meus textos para robôs que o ajeitam e publicam conforme a necessidade. Isso é basicamente o meu trabalho, além de pensar o texto.  É entediante por não poder escrever algo a mão.

Porém há seu charme em viver nos dias de hoje, o charme é a luxuria, possuir uma televisão enorme 3D no meio da sua sala coma possibilidade de ver até as ruas da cidade. Ter o computador top de linha, não precisar dirigir, não precisar cozinhar por ter “alguém” que cozinhe pra você.  Ir ao shopping e receber roupas feitas sob medida para você e perceber que realmente serve perfeitamente é algo inigualável.

Realmente, você que está lendo essa carta ai no passado, ficaria com inveja da vida na qual levamos hoje.

Rebeca Rabel

Futurismo



Futurismo foi um movimento artístico e literário, teve inicio no dia 20 de fevereiro de 1909, mas o movimento durou só até a década de 30. No inicio seu slogan era “Liberdade para as palavras”.  Foi abandonada a diferença entre a arte e o design, e a propaganda é escolhida como uma forma de comunicação.  O autor principal era o poeta italiano Fellippo Marinetti que rejeitava o moralismo do passado e apresentava um tipo de beleza diferente, pois, era baseado na velocidade e no aumento da violência. Para ele o fascismo era uma extensão natural do futurismo.  Além das cores vivas, a pintura futurista recebeu muita influência do cubismo e do abstracionismo.

  Suas principais características eram:
*Desvalorização da tradição e do moralismo.
*Valorização do desenvolvimento tecnológico e industrial.
*A principal forma de comunicação era a propaganda.
*Usava-se Onomatopéias (palavras com sonoridade que imitam ruídos, vozes, sons de objetos) nas poesias.
*Poesias com frases fragmentadas com intuito de passar a ideia de velocidade.
*Pinturas com cores vivas e contrastes, tinham a intenção de passar o movimento e o dinamismo das figuras.
*Celeridade temporal.
*Exaltação da violência.


Arte de Filippo Marinetti

Principais Autores:
* Umberto Boccioni (1882 - 1916)
*Carlo Carrà (1881 - 1966)
* Luigi Russolo (1885 - 1947)
* Giacomo Balla (1871 - 1958)  
* Gino Severini (1883 - 1966)

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Algumas Obras Dadaistas

L.H.O.O.Q. DE Marcel Duchamp


O Violino de Ingres de Man Ray

Ready-made de Duchamp

Tábua com Ovos de Hans Arp



Dada quem?

Os principais expoentes do movimento Dadaista...




Tristan Tzara ou Terra Triste nasceu na Romênia em 1896, viveu na França. Foi poeta e um dos principais articuladores do movimento Dadaista. Principais obras foram: Coração de gás" (1921), "A anticabeça" (1923) e "O homem aproximativo" (1931). 


Hugo Ball  também nasceu em 1896, mas na Alemanha. Foi fundador do Cabaré Voltaire em Zurique e um dos fundadores do movimento. Foi co-autor do Manifesto Dadista de 1916. A principal marca desse artista são os poemas sonoros (sem palavras) como o Karawane em 1917 – poema em alemão com palavras sem sentido, como uma metáfora à insignificância do homem frente a barbárie.










Hans (Jean) Arp era um pintor, escultor e poeta franco-alemão, foi um dos fundadores do movimento. Em 1919, junto com o pintor Max Ernest, ligou-se ao círculo dadaísta de Colônia, apresentando uma exposição coletiva no mesmo ano.   

JEAN ( HANS ) ARP - AUTOMATIC DRAWING, 1917-18
Principais Obras: 

  • Auto - retrato (1904)
  • Três mulheres (óleo sobre tela 1912)
  • Forma (pintura em madeira de 1914)

Dada o que?

PRIMEIRO MANIFESTO DADÁ

Hugo Ball

Dadá é uma nova tendência da arte. Percebe-se que o é porque, sendo até agora desconhecido, amanhã toda a Zurique vai falar dele. Dadá vem do dicionário. É bestialmente simples. Em francês quer dizer "cavalo de pau" . Em alemão: "Não me chateies, faz favor, adeus, até à próxima!" Em romeno: "Certamente, claro, tem toda a razão, assim é. Sim, senhor, realmente. Já tratamos disso." E assim por diante.
Uma palavra internacional. Apenas uma palavra e uma palavra como movimento. É simplesmente bestial. Ao fazer dela uma tendência da arte, é claro que vamos arranjar complicações. Psicologia Dadá, literatura Dadá, burguesia Dadá e vós, excelentíssimo poeta, que sempre poetastes com palavras, mas nunca a palavra propriamente dita. Guerra mundial Dadá que nunca mais acaba, revolução Dadá que nunca mais começa. Dadá, vós, amigos e Também poetas, queridíssimos Evangelistas. Dadá Tzara, Dadá Huelsenbeck, Dadá m'Dadá, Dadá mhm'Dadá, Dadá Hue, Dadá Tza.
Como conquistar a eterna bemaventurança? Dizendo Dadá. Como ser célebre? Dizendo Dadá. Com nobre gesto e maneiras finas. Até à loucura, até perder a consciência. Como desfazer-nos de tudo o que é enguia e dia-a-dia, de tudo o que é simpático e linfático, de tudo o que é moralizado, animalizado, enfeitado? Dizendo Dadá. Dadá é a alma-do-mundo, Dadá é o Coiso, Dadá é o melhor sabão-de-leite-de-lírio do mundo. Dadá Senhor Rubiner, Dadá Senhor Korrodi, Dadá Senhor Anastasius Lilienstein.
Quer dizer, em alemão: a hospitalidade da Suíça é incomparável, e em estética tudo depende da norma.
Leio versos que não pretendem menos que isto: dispensar a linguagem. Dadá Johann Fuchsgang Goethe. Dadá Stendhal. Dadá Buda, Dalai Lama, Dadá m'Dadá, Dadá m'Dadá, Dadá mhm'Dadá. Tudo depende da ligação e de esta ser um pouco interrompida. Não quero nenhuma palavra que tenha sido descoberta por outrem. Todas as palavras foram descobertas pelos outros. Quero a minha própria asneira, e vogais e consoantes também que lhe correspondam. Se uma vibração mede sete centímetros, quero palavras que meçam precisamente sete centímetros. As palavras do senhor Silva só medem dois centímetros e meio.
Assim podemos ver perfeitamente como surge a linguagem articulada. Pura e simplesmente deixo cair os sons. Surgem palavras, ombros de palavras; pernas, braços, mãos de palavras. Au, oi, u. Não devemos deixar surgir muitas palavras. Um verso é a oportunidade de dispensarmos palavras e linguagem. Essa maldita linguagem à qual se cola a porcaria como à mão do traficante que as moedas gastaram. A palavra, quero-a quando acaba e quando começa.
Cada coisa tem a sua palavra; pois a palavra própria transformou-se em coisa. Porque é que a árvore não há-de chamar-se plupluch e pluplubach depois da chuva? E porque é que raio há-de chamar-se seja o que for? Havemos de pendurar a boca nisso? A palavra, a palavra, a dor precisamente aí, a palavra, meus senhores, é uma questão pública de suprema importância.

Zurique, 14 de Julho de 1916

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

O Dadaísmo


  Pense em um jovem artista que, para escapar de uma grande guerra, abandona sua pátria, exila-se em outro país e passa a exercer sua arte em um bar enquanto seu universo é destruído quilômetros de distância. Agora multiplique isso por vários jovens, acrescente a rigidez alemã, o savoir-faire  francês, a revolta judia, dê ainda uma pitada de pessimismo, angústia, um toque de irreverência e rejeite qualquer tipo de arte que tenha conhecido. Ponha um bigode na Monalisa, transforme um mictório em uma fonte, leia um texto escrito com palavras inventadas e, por último, adote como lema “destruição também é criação”.... visualizou? 

  O Dadaísmo, também chamado de a arte do nada, por não seguir nenhum padrão ou mesmo sentido, foi um movimento artístico e literário surgido na Suiça no ano de 1916, em plena 1ª guerra mundial, por um grupo de jovens refugiados que buscava extravasar seu inconformismo com a destruição da Europa, com o capitalismo. Os Dadaístas questionavam a existência da arte, rejeitavam as tradições e criticavam o consumismo, eles eram “do contra”: contra a beleza eterna, contra as leis da lógica, contra o universal.  As principais características das obras Dadaístas são:

  • Irreverência artística
  • Combate às formas de arte institucionalizadas
  • Ênfase no absurdo e uso de temas sem lógica
  • Resignificação de objetos utilitários do cotidiano
  • Contradição
  • Caos
  • Desordem
  • Forte caráter pessimista e irônico, principalmente com relação aos acontecimentos políticos do mundo
  • Forte conteúdo anárquico