Era um dia normal no ano de 2043. Olhando da janela tudo
parecia à mesma coisa, mas visto de perto a visão era outra. Pessoas paradas em
filas ordenadas em uma esteira rolante que percorriam por todas as ruas
centrais da cidade. Os carros já não precisavam de motoristas e sim de
passageiros. As pessoas já não eram tão sentimentais e possuíam um tipo de
movimento meio mecanizado, que realmente lembrava um robô.
Mas não foram só as pessoas que mudaram, ainda havia as
novas tecnologias que permitiam um grande avanço para nós. Como por exemplo,o
purificador de ar, sem ele a nossa raça já estaria extinta devido o aquecimento
global, também as tecnologias medicinais que salvaram muitas pessoas e fez com
que tivéssemos uma expectativa de vida maior.
Mas ainda havia o medo maior, o medo de ser manipulado. Com
toda essa evolução, o governo tomou “posse de nós”, pois ele é o único a ter
acesso a todo tipo de informações, como que você faz, aonde você vai, onde você
come, que tipo de informação você acessa em seu computador particular, tudo
eles possuem. Por isso existe esse grande medo, pois a qualquer erro, você pode
ser preso e então pode acontecer de um chip ser inserido acidentalmente em
você.
Hoje pessoas de classe média podem ter uma vida estável, sem
preocupações com a falta de dinheiro, já não existe mais fome no mundo, acharam
a solução. Sem delongas, cada dia de nossas vidas é monitorado, você pode
assistir em casa depois e ver quais foram os seus erros. Como aconteceu comigo
hoje em meu trabalho, percebi que não estava realmente presente, que por todo
dia achava alguma distração para não fazer o que eu tinha que fazer. Antes que
eu me esqueça, sou jornalista e redijo textos, ou melhor, soletro meus textos
para robôs que o ajeitam e publicam conforme a necessidade. Isso é basicamente
o meu trabalho, além de pensar o texto.
É entediante por não poder escrever algo a mão.
Porém há seu charme em viver nos dias de hoje, o charme é a
luxuria, possuir uma televisão enorme 3D no meio da sua sala coma possibilidade
de ver até as ruas da cidade. Ter o computador top de linha, não precisar
dirigir, não precisar cozinhar por ter “alguém” que cozinhe pra você. Ir ao shopping e receber roupas feitas sob medida para você e perceber que realmente serve perfeitamente é
algo inigualável.
Realmente, você que está lendo essa carta ai no passado,
ficaria com inveja da vida na qual levamos hoje.
Rebeca Rabel
Rebeca Rabel